BIOGRAFÍA
João Fábio Cabral
João Fábio Cabral (Ipanguaçu, Rio Grande do Norte, Brasil, 1973) é um artista multidisciplinar luso-brasileiro cuja produção transita entre as artes performativas, a literatura, as artes visuais e o audiovisual. Doutorando em Criação Artística pela Universidade de Aveiro (Portugal), desenvolve uma investigação transdisciplinar sobre as potencialidades do plástico como metáfora da opressão sistêmica.
É mestre em Encenação pela Escola Superior de Teatro e Cinema, em Lisboa (2018), e formou-se como ator pela Escola de Teatro Ewerton de Castro, em São Paulo, em 1999. Atua como diretor, performer, dramaturgo, roteirista, ator, poeta e artista visual. Seu trabalho se destaca pela experimentação de linguagens e pela construção de obras que estabelecem conexões entre corpo, imagem e palavra, sempre atravessadas por uma escuta crítica e sensível das tensões sociais contemporâneas.
Publicou o livro «Cinzeiro – 17 Obras de João Fábio Cabral» (Nversos Editora, 2013), reunindo parte de sua produção dramatúrgica. Suas peças já foram encenadas no Brasil, Portugal e Espanha, abordando temas como identidade, violência, memória e pertencimento. Entre suas obras teatrais destacam-se, em Portugal: «Guloseimas», «Monólogos Sobre Você Enquanto o Horror Mastiga Flores», «Casulo Bárbaro» e «Eu Não Sou Daqui». Na Espanha, estreou a obra «Border Body». No Brasil, teve diversos textos originais encenados por artistas e grupos independentes, incluindo «Delicadeza», «Um Verão Familiar», «Flores Brancas», «Tanto», «Me Leva Pra Casa», «Rosa de Vidro», «Sobre a Neve em Frente à Torre Eiffel», «Distante», «Bem de Longe Um Bolero», «Um Inesquecível Presente de 15 Andares», entre outros.
Durante a pandemia de COVID-19, em 2020, escreveu e dirigiu ao lado de Andreia Garcia a série audiovisual «O Inferno Não Tem Travesseiro», composta por 16 vídeos sobre feminicídio e violência contra a mulher, gravada em cidades como São Paulo, Los Angeles, Nova York, Lisboa, Barcelona e Paris.
No cinema, atuou como roteirista dos filmes «Lugar Pra Ninguém» (2016), «Habitación» (2021) e «Casa de Família» (2020), além de ter participado como ator em produções como «Jonas», de Lô Politi (2016), «A Busca», de Luciano Moura (2013), e «Getsemani», de Mário Bortolotto (2011). Atuou com diferentes companhias e diretores no Brasil, além de dirigir produções teatrais em Portugal e no seu país natal.
Entre 2011 e 2012, idealizou o projeto Fuá Espaço Cultural, em São Paulo, que integrou teatro, música, artes plásticas, poesia e performance, reforçando seu compromisso com a arte como ferramenta de transformação social.
Como artista visual, João Fábio Cabral (@joaofabiocabralpaintings) desenvolve uma pesquisa centrada na pintura, especialmente na figura humana. Seu trabalho visual é marcado pela presença recorrente de um rosto em constante transformação — símbolo de deslocamento, resistência e vulnerabilidade. Através da imagem, aborda temas como racismo, machismo, LGBTQI+fobia e violência estrutural. Suas pinturas dialogam com sua trajetória nas artes cênicas, incorporando dramaturgia, gesto e direção por meio do uso expressivo das cores, texturas e formas. Essa abordagem amplia os horizontes de sua prática artística, reafirmando sua potência multidisciplinar.
